20 de novembro de 2008

I texto

A crise mencionada em todos os jornais diariamente e que começa a ser sentida por todas as pessoas do mundo é muitas vezes vista como a vilã que veio desestabilizar nossas vidas. Mas esta crise é como qualquer crise que temos com os pais, amigos, colegas de trabalho, com nossos relacionamentos. Todas as crises surgem para nos avisar de que é chegada a hora de uma nova etapa ou, ao menos, nos obriga a rever nossa visão e postura para consigo e com os outros, e assim retornar aos trilhos.

O mais importante para evitar o pessimísmo é entendermos que as crises não surgem no meio de um paraíso onde tudo funciona harmoniozamente, ela surge para dizer que assim não pode ser. Não é uma destruidora, mas sim uma oportunidade para enxergarmos a realidade e os erros, despertar das ilusões. Saimos da crise mais fortes e lúcidos.

E então o que há de errado com o mundo para ter surgido esta crise?

A vida tornou-se uma corrida sem fim, onde depois da conquista de um objetivo sempre surge outro maior. Mas o problema é que muitas vezes nem nos perguntamos se este objetivo tem real valor para nossas vidas ou é apenas para saciar a sensação de estarmos na mesmo sentido da maré.

Vemos nas placas de anúncios ou ouvimos nas rodas de conversas o relógio daquele amigo, a roupa daquela atríz, o carro do ano... o carro do semestre, o carro do mês... Uma louca corrida para pegar o momento e também não perder para o outro. E por detrás de tudo isso está a busca pelo lucro, para a qual os meios são pouco importantes.

Assim tudo é como um imenso jogo, onde ficar de fora é contrariar a realidade e ser louco, onde os objetivos de uns é o carro do anúncio ou o anél mais caro, e de outros é fazer de tudo materia-prima para o lucro (seja família, educação, esporte... tudo)
As regras sao oito, nove, doze horas de trabalho, e as consequências é o celular(telemóvel) mais moderno, o prédio mais alto e o enfraquecimento da família, o distanceamento com os amigos, o esquecimento de sí, a perda do “ser” pelo “ter”,

Um comentário:

  1. Cara gostei muito do seu texto e acho que você está certo.

    A sociedade, digo a maioria das pessoas, apenas se realizam consumindo e tendo. Às vezes se esquecem como é bom passar um dia com um amigo conversando sobre assuntos variados ou ficar em casa com a namorada assistindo TV num programa qualquer (quase sempre a programação é uma porcaria...rs). Claro que é bom ganhar e dar presentes, mas nunca devemos deixar que isso se torne mais importante que o ser.

    Acho que uma das lições que podemos ter com esta crise é justamente esta, não deixar que o poder seja mais importante que a união, que a importância do ser, que tudo gire em torno do dinheiro e do ter. Então acho que o que podemos fazer neste momento é apenas parar alguns segundos, fechar os olhos e pensar o que você gostaria de fazer no primeiro momento que você estiver sozinho, ou com um amigo ou com alguém que você goste e queira por perto.

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