17 de fevereiro de 2010

Slow Movement – Viver devagar

O que estamos a fazer com nossas vidas? Para onde estamos a correr? Quando vamos parar e ter tempo para o sabor, o cheiro, conversas profundas, sonhar? Talvez quando morrermos? Quando virarmos poeira ou irmos para alguma outra vida? Será que não estamos arriscando muito não vivendo aqui e agora? Pois é muito possível que vivendo desta forma nós nunca seremos felizes... então por que viemos ao mundo? Sermos meios para a sociedade ou para algo? Talvez robos que tem que fazer e fazer, rápido e rápido, e só?
Quantas pessoas hoje em dia encontra descanso apenas nas bebidas, drogas ou em calmantes? Quantas pessoas suicidaram-se ou penso sobre isso, pois todas as preocupações e correrias tornaram-se uma carga pesada demais para carregar, ou por não verem mais sentido continuar nesta corrida(vida).

Carl Honoré é um jornalista do Canadá, tem dois filhos pequenos e tentava contar historinhas para eles a noite, mas sempre apressadamente. Um dia entrou numa livraria e encontrou um livro com o título “Histórias para contar em um minuto”. Ele primeiro de tudo se alegrou, pois encontrou uma saida de ainda mais poupar tempo. Mas no momento seguinte disse a sí mesmo “espera ai, o que estou a fazer?” Desde então começou a maior mudança de sua vida: começou a viver mais devagar. Tentou eliminou de sua agenda o quanto mais coisas não importantes de facto, no trabalho se esforçou para fazer muitas vezes pausas, começou a fazer meditação diariamente e não usar o relógio quando tem de fazer algo que realmente tem sentido. Hoje quando vai contar histórias para seus filhos ele leva 45 minutos, e seus filhos o apelidou de “melhor contador de histórias do mundo”.
Honoré escreveu o livro “In Praise of Slowness: How A Worldwide Movement Is Challenging the Cult of Speed” onde conta sobre sua mudança e sobre o movimento Slow(devagar), o qual tenta justamente se opor a filosofia da velocidade, da pressa. O livro tornou-se bestseller em vários países.



“Tentamos nos programar para fazermos quanto mais coisas em menos tempo, parece que cada instante é uma luta contra o tempo”.
E ele diz, que é muito difícil mudar isso, pois as vezes nós mesmos queremos esta velocidade – enchemos nossas cabeças com ocupações e preocupações para não ter tempo para perguntas difíceis, ex.: “eu me sinto bem?”, “eu sou feliz?”, “os meus filhos estão sendo educados adequadamente?”, “os politicos estão me representando de maneira correta?”
E ainda há uma força exterior poderosa, a qual nos influência – a sociedade, para a qual “mais rápido” é sinonimo de “melhor”.

Mas quando dizemos “ir devagar, fazer devagar, viver devagar” nós nao estamos a falar sobre preguiça. Falamos sobre equilíbrio. Fazer bem uma coisa por vez, e não muitas de uma vez.
Claro que há e momentos para apressar-se, mas apressar-se não é sempre bom, e muitas vezes o fazemos de forma sem sentido(ex.: quando nos apressamos para chegar ao sinal que está vermelho).
“Olho para a minha vida de antes e de agora e a diferença é que agora tento fazer aquilo que tenho que fazer, da melhor forma possível, e não da maneira mais rápida”, diz o canadense.

O movimento Slow do que Carl Honoré é entuziasta, teve inicio em 1986 na Italia quando o italiano Carlo Petrini ficou sabendo que a rede McDonalds queria abrir uma lanchonete no centro histórico de Roma. Petrini começou a protestar contra esta companhia e em modo geral contra a mania dos Fast-foods. A idéia foi simples: defender o sabor, proteger os alimentos frescos da mania dos alimentos rápidos e prontos, defender os interesses dos produtos locais, ser pela diversidade e constantemente alertar contra o perigo do uso da terra com fins comerciais.
Mais tarde com a inspiração no Slow-food de forma espontânia foram surgindo ramificações para outras esferas de nossas vidas, ex.: saúde, sexo, trabalho, educação, descanso, etc.



Slow Work: luta pela redução da carga horária de trabalho, mais pausas, férias mais longas, um ambiente de trabalho mais agradável(é comprovado que a qualidade de vida melhora...e a produtividade)
Slow Travel: viajar de forma tranquila, sem pressa, ficar e sentir os locais.
Slow Cities: luta para que as cidades não cresçam depressa e sem planejamento, proteger a diversidade, não estandartizar, usar de forma inteligente cada espaço.
Slow Schooling: menos trabalhos de casa para as crianças. Os jogos tem de incentivar a cooperação e não a concorrência. Os pais tem de se preocupar com o descanso e relaxamento das crianças, e não com mais cursos extracurriculares.
Slow Book: mais tempo para a leitura, ler sem o relógio.

Em resumo a idéia é lutar contra o stress e as coisas sem sentido, valorizar cada momento e cada coisa a ser feita: não dar a cada momento 100, 10 ou nem mesmo 2 ocupações, mas sim dar a cada dever e preocupação: tempo. Carl Honoré disse “eu agora sinto que vivo minha vida ao invés de correr por ela.”,

4 comentários:

  1. Texto escrito por Vladas Bartochevis,
    e a idéia para escrever sobre isto foi de Dorota Skocik

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  2. Link do Slow Food: http://www.slowfood.com/

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  3. Link sobre o Slow Movement:
    http://www.movimientoslow.com/en/filosofia.html

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  4. Penso ser o link oficial:
    http://www.slowmovement.com/

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