15 de março de 2010

Realmente queremos a verdadeira Liberdade?








Escreve Kristina Survilaite (Lituânia)
Com a aproximação do dia 11 de março(a Lituânia neste dia a 20 anos atras se auto-proclamou independente da URSS, mesmo com o risco de uma resposta sangrenta por conta de Moscou), cada vez mas ouve-se a palavra liberdade. Liberdade é um conceito que pode ter muitos sentidos e com o passar do tempo cada vez mais olha-se para ela de outras posições. No século passado quando aconteceu as guerras mundiais, a matança e deportação de pessoas, a palavra liverdade muitas vezes foi usada falando a respeito de pessoas fisicas, isto é: não ser aprisionado, não ser deportado, não ser julgado sem culpa; e o desejo de estados de serem livres independentes. Neste momento vivemos em um estado livre e democrático e iremos festejar o vigésimo da criação do Republica da Lituânia indepedente, e a “liberdade” agora compreendemos de uma forma mais ampla. Temos direito a palavra, ao pensamento, a imprensa, religião e ainda outras tantas liberdades as quais a Constituição nos garante, mas no dia a dia queremos ainda mais. Não queremos ser guiados por inúmeras regras: escolhemos estudar a distância, no trabalho tentamos reivindicar um grafico cada vez mais flexivél e até criamos famílias mais tarde, na minha opinião pelo mesmo motivo: valorizamos muito nossa liberdade e tememos perde-la. Tendo muitos direitos e liberdade, muitas vezes embrulhamos a liberdade com egoismo, caprixos, preguiça. Como afirma Viktor Emil Franklin, “a liberdade é um aspecto negativo do fenômeno, o positivo é a responsabilidade. Realmente a liberdade corre o risco de cair em um puro capricho se não a compreende como responsabilidade.” Então seja como for como compreendemos a “liberdade”, temos que usá-la de forma inteligente e responsável, pois extremos é naturalmente uma coisa negativa.,



Escreve Dorota Skocik(Espanha/Lituânia/Polônia)
Muitos já escreveram, falaram e pensaram sobre a liberdade que até ficamos sem geito de tentar falar algo mais sobre ela, pois parece que já foi dito tudo sobre ela: que ela está em nós, que a nossa liberdade não pode limitar a liberdade do outro, que por ela vale a pena até morrer ou que ela é o maior desejo humano. E mais centenas de pensamentos geniais... Um dos melhores pensamentos a este respeito foi dito por Sartre: “O ser humano é condenado a ser livre”. Parece um pensamento banal, mas a verdade está nas coisas simples. Talvez as palavras de Sartre para mim são tão significativas por causa que de forma curta e clara representa meu pensamento sobre a liberdade. Da liberdade não fugirás, pois ela esta em sí e quer chegar a superficie e de palavra se materializar. Este desejo é sempre vivo, talvez esta é nossa natureza? Não própriamente a liberdade, mas seu desejo e procura. Parecido com a nossa “Vírgula”, liberdade significa não estado, mas ação, ir em direção e constante descontentamento com aquilo que limita a liberdade. Bom e daí se talvez nunca consigamos chegar a ela. Não será fácil se é assim como canta a canção “ninguém conseguirá a plena liberdade enquanto uma só pessoa nesta terra não estiver livre”. Por isso, ao trabalho :) ,



Escreve Vladas Bartochevis(Lituânia/Brasil)
A verdadeira Liberdade – muito poucas pessoas a quer. Pois a liberdade não é doce. Para tê-la é necessário duro trabalho, ela não é alivio, e sim: fardo. Todavia ela é exatamente aquilo que separa o ser humano dos animais.
O que vemos na maioria das sociedades – a similiaridade da vida dos seres humanos e dos animais – isto é por causa da confusão na compreensão do que é a verdadeira liberdade.
Os animais não limitam seus desejos, fazem apenas o que as situações e seus instintos ordenam... e isso não é liberdade. Liberdade é conseguir controlar suas vontades, julgar e depois decidir, e responder por seus atos.
Grande trabalho!... Para a maioria é mais fácil seguir o outro e se livrar deste pesado fardo.

O professor dr. Anlsemo Borges diz em suas aulas:
O que confunde frequentemente o debate é a falta de esclarecimento quanto ao que é realmente a liberdade. Ela é a não submissão à necessidade coactiva, externa e interna, mas não pode, por outro lado, ser confundida com a arbitrariedade e a pura espontaneidade - não implica a espontaneidade a necessidade? A liberdade radica na experiência originária do Homem como dom para si mesmo. Paradoxalmente, é na abertura a tudo, portanto, no horizonte da totalidade do ser, que ele vem a si mesmo como eu único e senhor de si. Então, agir livremente é a capacidade de erguer-se acima dos próprios interesses, para pôr-se no lugar do outro e agir racionalmente. É preciso distinguir entre causas e razões. Quando se age sob uma causalidade constringente, não há liberdade. Ser livre é propor-se ideais, deliberar e agir segundo razões e argumentos, impondo limites aos impulsos, inclinações e desejos, o que mostra que o Homem pode ser senhor dos seus actos e, assim, responsável, isto é, responder por eles.



há um célebre exercício mental de Kant na Crítica da Razão Prática, que é elucidativo e obriga a pensar. Suponhamos que alguém, sob pena de morte imediata, se vê confrontado com a ordem de levantar um falso testemunho contra uma pessoa que sabe ser inocente. Nessas circunstâncias e por muito grande que seja o seu amor à vida, pensará que é possível resistir. "Talvez não se atreva a assegurar que assim faria, no caso de isso realmente acontecer; mas não terá outro remédio senão aceitar sem hesitações que tem essa possibilidade." Existem as duas possibilidades: resistir ou não. "Julga, portanto, que é capaz de fazer algo, pois é consciente de que deve moralmente fazê-lo e, desse modo, descobre em si a liberdade que, sem a lei moral, lhe teria passado despercebida."

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