Vladas Bartochevis escreve
Desde o primeiro dia eu aqui digo: palavras e idéias podem mudar o mundo.
A palavra é o instrumento mais importante da humanidade, e quando usada adequadamente: é o mais poderoso dos instrumentos.
Recentemente toda a Lituânia chorou com a morte do poeta Justinas Marcinkevicius. Uma pessoa que toda a vida se preocupou em preencher o vazio com palavras puras e belas. Com seus versos tocou o coração das pessoas, preocupou-se para que as pessoas não se esquecessem daquilo que é verdadeiro e importante, que frente a beleza vale a pena parar, que pela liberdade vale a pena viver.
Ele foi um poeta, grande poeta, um mestre das palavras. Que desde os tempos soviéticos até hoje, provocou os lituanos à liberdade.
Marcinkevicius é um exemplo do poder da palavra. Tantos outros grandes nomes usaram e a usam para o bem ou o mal.
A maioria das pessoas não tem o dom de escrever bonito ou o dom da retórica. O que a maioria das pessoas falam diariamente não resulta em revoluções como aconteceria com pessoas famosas. Mas todos os dias, em todo instante, cada pessoa contribui para a criação do mundo.
Quando escrevi no início que bem usada, a palavra é o mais poderoso instrumento: „bem usada“ não significa que de acordo com as regras gramaticais ou de etiqueta, e nem mesmo ter o dom de atrair a atenção das pessoas. Não é por causa disto que as palavras serão mais importantes. Quando a palavra vem do coração e não são vazias, elas preenchem o vazio. Bem usada significa „usada de forma sensível“.
Todas as pessoas podem envenenar o presente momento e uma pessoa, assim como pode embelezar ou salvar aquele momento e a pessoa.
Então há duas coisas principais. A primeira: todas as pessoas tem este poderoso instrumento. Segunda: será usado? e como será usado?
Estas duas coisas tem de estar vivas dentro de nós antes de qualquer instante.
Com o que me depararei hoje, com quem conversarei: eu diretamente influêncio naquela pessoa e naquelas situações.
Assim que a palavra sai de mim, aquele instante já não é o mesmo, eu o influenciei. Então a pergunta chave: como contribuirei? Contribuirei de forma rude, com mentira, com ofensas? Ou me preocuparei em preencher aquele instante ou o vazio naquela pessoa com respeito, educação, carinho?
Isso parece ser cansativo. Por que tenho que penar antes de cada instante? Realmente é mais fácil não ter responsabilidades... De forma geral sempre é mais fácil ficar do lado donde não é preciso chamar a responsabilidade. Mas o que alcançaremos com isso? Agora pare dois minutos e pense como pode ser uma sociedade onde o sentimento de responsabilidade é uma coisa estranha... é constrangedor, mas talvez possa até mesmo olhar pela janela ou ao redor e ver!
Verdade seja dita, que cada momento tem variados agentes, os quais constroem aquele instante, mas isso não pode ser desculpa.
Não importa como é a situação ir quais são os agentes nela, minha contribuição na criação daquele momento é enorme. Com uma palavra a pessoa pode ser soldado, médico ou destruidor.
25 de fevereiro de 2011
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