Escreve Vladas Bartochevis
Lembro das aulas de Anselmo Borges, quando ele dizia sobre o Grande Mistério, sendo algo tão gigantesco, que nenhuma cultura seria capaz de enxergar todos os seus lados. Todas as culturas dizem a verdade, a verdade a qual vêem. Os budistas, a partir do seu ponto de vista, descrevem a parte do Grande Mistério que enxergam; os católicos vêem outra parte a partir de seu ponto de visão; os hindus vêem outra, os muçulmanos outra, e assim por diante.
E esta dinâmica esta em todas as outras relações que temos durante o dia e a vida, entre todas as coisas e pessoas. Para ter a prova, olhe para um objeto qualquer. Perceba que é impossível ver todos os seus lados ao mesmo tempo. Preciso dar a volta para ver os outros lados ou pedir a ajuda de outra pessoa para que diga o que vê dali da esquerda, como é aquele objeto dali da direita, para que eu possa entender melhor aquele objeto.
Assim é com todos os objetos, assim é com todos os acontecimentos, assim é com o Grande Mistério, assim é com toda a realidade que nós cerca.
A física não permite que eu veja uma coisa da mesma forma que outra pessoa vê ao olhar para esta coisa, pois simplesmente é impossível ocupar o mesmo lugar e ter o mesmo ponto de visão.
A história também impede que as pessoas possam ver as coisas da mesma maneira, pois ninguém viveu as mesmas coisas.
A psicologia diz que cada pessoa sente de forma única e por isso vemos a mesma coisa de formas diferentes. E ninguém pode entrar em outra pessoa e sentir da mesma maneira que a outra pessoa sente.
Cada cultura, cada indivíduo, tem suas verdades próprias e legítimas. Isso pode significar discórdia, pois é sempre tentador dizer que minha verdade não é apenas legítima, mas é a melhor e querer o seu reconhecimento. Mas pode significar que cada cultura e cada indivíduo é uma possibilidade viva e rica de se compreender melhor tudo o que nos cerca. E assim o respeito e o dialogo são os verdadeiros caminhos para a plenitude.
4 de março de 2011
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