12 de fevereiro de 2009

VÍRGULAS

Escrito por Eduardo Mendes Barbosa, Brasil:

Gostei muito do texto do Frank postado na semana passada, vou explicar aqui o porque.


Primeiramente pelo seu final, onde ele incentiva o debate de ideias e a busca por soluções. Quando eu e o Vladas idealizamos este blog o objetivo maior sempre foi este, uma mesa de debate onde as pessoas pudessem discutir e buscar soluções para um bem social. Ainda estamos começando com este blog mas acredito que este texto foi o primeiro a trazer este ideal. Agradeço seu texto Frank e gostaria que continuasse a escrever e, também, a debater e discutir ideias de outros textos deste blog.

Agora sobre a superpopulação, realmente é um problema em qualquer parte do mundo incluindo as cidades pequenas, pois quanto maior o numero de habitantes no mundo o consumo do meio ambiente também é maior. Acho que a solução para isso vem de diversos meios e a longo prazo, é algo muito grande para se fazer a curto prazo, porém é preciso começar imediatamente. A solução de ditadores nunca é a melhor, pelo menos é o que vimos na história. Nunca se deve escolher pessoas para morrem para um bem maior até que isso seja o último caso.

Pelo que você falou do transito na Holanda, deve ser muito melhor do que a de são Paulo onde andar de qualquer meio de transporte é péssimo, inclusive carro. Falo isso para que se possa ter uma ideia de como achar soluções imediatas é difícil, algo que pode funcionar muito bem aqui para o Brasil pode não funcionar tão bem para a Holanda. Vemos isso com o famoso Protocolo de Quioto onde os Estados Unidos, sendo um dos maiores poluidores do planeta, não querem assinar. Todos sabemos que é para o bem do mundo, mas não é bom para eles, e como fazemos?.

Não podemos proibir as pessoas de terem quantos filhos quiserem, mas podemos educá-las a pensarem melhor na importância de se ter um filho. Aqui no Brasil vemos que muitas famílias de baixa renda tem muitos filhos por ignorância, falta de conhecimento.

Acho que a educação é primordial para a salvação do planeta, pois não só o problema da superpopulação poderia ser resolvido mas como muito outros. Porque escolher quem precisa morrer se podemos nos precaver para que não seja necessário uma matança além da que já fomos expostos?

Uma outra coisa atrelada ao problema é a economia global. Países subdesenvolvidos são explorados por grandes empresas mundiais por terem graves problemas econômicos, onde possuem um numero muito grande de habitantes e muitos vivem abaixo do nível de pobreza, tendo mão de obra barata as empresas pagam pouco e lucram muito e isso impede que pessoas com poderes nas mãos tomem atitudes para o bem do mundo.

O mundo hoje funciona como uma máquina velha que tem medo de ser desligada para manutenção e com isso vai ficando cada vez mais velha. Hoje ele já está doente e já deveríamos ter tomado medidas emergenciais. Por isso acho que as discussões deveriam sair o quanto antes do papel de mesas de burocratas e começarem a ser colocadas em prática.

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Escrito por Mariana, Brasil:


Refletindo um pouco sobre o que foi colocado pelo Frank em relação a explosão demográfica.
Tenho uma visão parecida com a dele, mas gostaria de acrescentar um ponto que a meu ver é importantíssimo para o tema, que é a EDUCAÇÃO. Podemos perceber que nos países mais desenvolvidos não há necessidade de controle da natalidade, simplesmente porque as pessoas têm acesso a educação e principalmente consciência da tamanha responsabilidade que é educar um filho, principalmente no mundo de hoje. Infelizmente, pessoas menos favorecidas que consequentemente não tem acesso a educação, por mais informação que possam ter pelos canais de comunicação, não conseguem assimilar o tamanho do problema que podem gerar para si mesma, seus filhos e sociedade, o fato de conceber filhos para constituir uma grande família na esperança de que ajudem no orçamento da casa, ou por seguirem religiões que condenam o uso anticoncepcional, seja ele qual for.

Sendo assim, acredito que uma forma de controlar a natalidade por enquanto seria melhorar as condições do ensino gratuito, tratar as crianças como devem ser tratados, ou seja, o futuro da nossa nação. A partir daí, acredito que futuramente teríamos indivíduos mais críticos e exigentes que consequentemente saberiam lidar com a natalidade, distribuição de renda, ações desonestas vindas dos governantes, e vários outros problemas que enfrentamos atualmente, principalmente o respeito com a natureza. Não estou dizendo que com a população mais culta não teremos esses problemas, mas sou capaz de afirmar que o número diminuirá consideravelmente,
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Escrito por Vladas Bartochevis, Lituânia/Brasil:

Refletindo um pouco sobre o que o amigo Frank e a amiga Mariana escreveram,
A função do governo não é limitar as pessoas, mas permitir que todos vivam em harmonia e prosperidade. E quanto mais o governo tenta remediar os problemas com censuras fere o direito a liberdade que é primordial.
Mas como pode-se preservar a liberdade e não ferir a harmonia ao mesmo tempo? Uma pessoa é realmente livre quando tem consciência de sí e do espaço, e assim pode e se responsaviliza de maneira consciênte pelos seus atos. Portanto muitos problemas desaparecerão quando todos exercerem de facto a liberdade, e como é óbvio, a matéria prima para isso é a educação,
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Escrito por Dorota Skočik, Espanha/Polônia/Lituânia

Frank colocou a vírgula, agora tentarei eu apresentar meu pensamento sobre o mesmo tema.
Não sei se alguém já ouviu falar, mas há um projeto bem diferente chamado Voluntary Human Extinction Movement (mais informações: http://www.vhemt.org/).
Eu sou a favor. Somos já muitos aqui e o resultado já é bem claro, mas... a diminuição da população não é a única solução! Uma vida ecológica (diariamente, e não apenas de vez em quando), eis o que poderia fazer da Terra um lugar mais agradável para se viver, mesmo com um número maior de pessoas. Esta idéia é banal, mas é necessário nos dispormos a realmente realizá-la. Temos que começar a pensar mais antes de agir, e não então, quando já será tarde,
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Escrito por N'cok Lama, Guiné-Bissau/Portugal:

Bem, começo po dizer que as ideias colocadas pelo Frank são curiosas e merecem toda a nossa atenção. Sabendo que muitas vezes o planeta faz a sua própria selecção creio que ninguem tem dúvidas disso! Não é por acaso é que as pessoas morrem e outras nascem! Que há uma sobre-população há. Nos países do Terceiro Mundo, existem estes problemas. Uma das razões tem que ver com a falta de uma formação de base, para que as pessoas em detrimento das suas condições, só terem um ou dois filhos. As vezes, os nossos governantes, não pensando em arranjar meios para ajudar na produção de bens essenciais para o consumo das populações, "obriga", ou seja, faz com que cada um opte por ter mais filhos, para no futuro ser uma suposta "máquina" de produção. Ora, quando isto acontece, todos esquecem que o Planeta também acaba por não suportar este peso. Aliás, até podia suportá-lo, se as riquezas forem repartidos de froma equitativa. Acho que a suposta "doença do Planeta" deve-se ao facto de o homem em si estar doente, porque só pensa no seu umbigo!

Eu sou de um país do Terceiro Mundo, não creio que haja o problema de super-população, só acho que os governantes já não têm mais espaços nos seus cérebros para pensar a essência dos indivíduos e a sua importância no Planeta! É bom ter muita gente no Planeta! Sim, desde que ambos comungam de mesma ideia para o bem deles próprios e do Planeta. Digo sim, porque o muito começa a partir de duas pessoas, embora este não seja o caso. Tal como disse o Frank:- tudo por excesso causa mal-estar, então diria eu que tantas políticas fúteis não ajudam em nada. Em vez de utilizarem as riqueizas de maneira descriminada, é melhor utilizá-lo na formação dos futuros pais, assim, quando pensam formar uma família, façam-no a pensar no futuro, sob pena de o planeta se encarregar de fazer jus com os seus próprios meios: extinguindo as espécies, dos mais fracos até aos mais fortes, como aconteceu no passado com os Dinossauros e ídem aspas!,

3 comentários:

  1. Olá N'cok! Obrigado por ter posto uma reacção. Não sei se eu percebo bem o seu ponto de vista, mas para mim, é impossível ameliorar a situação no terceiro mundo. Como eu escrevi, a gente (pressuponhei no meu texto a gente do primeiro mundo) não está disposta a sacrificiar as liberdades que tem (conduzir etc.). Da mesma maneira, não está disposta a ofrecer o seu dinheiro ao terceiro mundo, mesmo se sabem que o dinheiro tem muito mais valor lá (porque lá se compra alimentação em vez de as coisas de luxo). O governo aqui na Holanda gasta 1% do total para a cooperação para o desenvolvimento economico (ajuda para o terceiro mundo). A maioria do povo aqui acha que é demais, porque temos problemas nós mesmos também. Não gosto dessa maneira de pensar, mas mostra que o primeiro mundo nunca vai partilhar a riqueza com o terceiro mundo. De facto, somos vicios da riqueza e não podem viver sem ela. Então, para nós no primeiro mundo seria bom não ter muitas pessoas por que pedem individualmente muito da planeta. Como seria para o terceiro mundo, não sei. Mas diria a mesma coisa. Mas você tem de conhecer melhor a situação económica e acredito que pode melhor pesar os prós e os contras que eu, visto que não sei muito do terceiro mundo.

    Do outro lado, tento sempre pensar a favor da terra. Eu penso que há fases diferentes de compreenção. Pode pensar além de você (então passou o egocentrismo), depois além da sua nação (então passou o nacionalismo), quase no mesmo nível precisa pensar além da sua raça (passou o racismo). Quando passou pelos três já trata toda a gente na terra no princípio igualmente. Uma fase mais avançada seria o pensamento além do ser humano. Pensar em favor da terra sem só pensar no interesse do homem. Na Holanda já há bastante gente que abraça esta ideia. Não sei como vocês pensam sobre isso. Imagino que é difícil acreditar que há pessoas com uma maneira de pensar tão 'avançada' num país que não quer gastar mais que 1% na ajuda para o terceiro mundo. Mas claro que somos indivíduos também, e cada um tem os seus ideais. Portanto devo confessar que somos amiúde idealistas na cabeça, mas se os ideais implicarem uma recessão da própria situação, não agimos mais em confirmação com aqueles ideais. Então alguns de nós somos hipócritos aqui. Sobre o tema de hipocrisia aperece logo um novo texto se o Vladas quer publicá-lo.

    Se eu não percebesse bem a sua intenção do texto seu, pode responder de novo...

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  2. Oh. Agora que eu vi que todos os outros textos são também reações no meu texto. Muito obrigado!!!

    Acredito que a educação pode ajudar muito nos seus países. Mas penso que na Holanda não é o maior problema. Tenho o sentimento que muitas pessoas aqui são cansados de viver segundo o moral. Não fazem tudo que é 'bom'. É lógico, talvez? Como falei temos muitas regras na Holanda, e o povo não quer isso. Mas se quisermos mais liberdade temos de fazer algo na superpopulação. É lógico, porque as regras existem para não atrapalhar outras pessoas. Se haver menos, pode flexibilizar as regras. Mas educação pode também aqui ajudar sim. Eu acredito, mas não acho que é o ovo de Colombo. Não esqueçamos que o facto que beber e fumar são maus, não nos impede de fazê-lo mesmo assim. O desejo de ser pai/mãe parece ser forte também com muita gente (confesso que ainda não conheci este sentimento)... Que pensam vocês sobre sanções financeiras para pessoas que recebem mais que um filho? (Abstino-me de julgar sobre a aplicação desta regra no terceiro mundo). Aqui recebemos abono de família ainda...

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  3. Ola. Eu não sou tão fluente no português assim que desculpe-me para meus erros. Era interessante ler as opiniões, especialmente do Frank e do N'cok.
    O processo de evolução ocorre todos os dias. A selecção natural escolhe o mais apto para sobreviver. A fim conseguir este, nossos cérebros precisam de evoluir também. E pode somente ser feita unicamente com a educação.
    Em minha opinião, os países do terceiro mundo devem coloc a educação como uma da modalidade básica da sobrevivência. Tanto quanto a quantidade importa,é igualmente a qualidade da sobrevivência humana que é a mais importante. Obrigada,LOLA.

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